quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Aspectos Relacionados à Fadiga Durante o Ciclismo: Uma Abordagem Biomecânica

RESUMO
A fadiga muscular pode ser definida como a incapacidade funcional na manutenção de um nível esperado
de força. As competições de ciclismo, especialmente provas de estrada, apresentam como característica
longa duração e altas intensidades. Tais características resultam na instauração do processo de fadiga,
que pode estar associado a mecanismos e fatores metabólicos que afetam os músculos (fadiga periférica)
e o sistema nervoso central (fadiga central). O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão sobre aspectos
relacionados com as mudanças na técnica de pedalada e na atividade elétrica dos músculos envolvidos
nesse movimento durante o processo de fadiga. Alguns desses aspectos têm sido reportados na literatura e
podem ter repercussão na (1) magnitude, direção e sentido de aplicação das forças no pedal; no (2) padrão
de ativação muscular; na (3) geração de força e, conseqüentemente, no (4) desempenho do ciclista. No
entanto, poucos estudos associam a fadiga muscular ao comportamento das forças aplicadas no pedal e ao
padrão da ativação muscular. Os resultados dos estudos revisados demonstram a incapacidade dos ciclistas
em manter a força desejada, perda da técnica de pedalada e mudança nos padrões de ativação elétrica sob
condições de fadiga.
Palavras-chave: fadiga, biomecânica, desempenho, ciclismo.
Artigo cientifíco
muito interessante...
http://www.scielo.br/pdf/rbme/v14n5/14.pdf

HIDRATAÇÃO PARA DIAS QUENTES


O calor está aí e uma boa hidratação será um dos principais determinantes da perfomance de cada atleta ou biker que está pedalando no calor intenso. É fato que apenas 2% de desidratação do peso total do corpo atrapalha a performance. A desidratação pode causar super aquecimento e colapso do sistema circulatório. Juntamente com a perda de água no suor se perde também eletrólitos, que são importantes para contração e relaxamento muscular. Para entender a desidratação é importante saber o que causa a sede. A sede depende de dois fatores: o volume de sangue do seu corpo e a concentração de eletrólitos no seu sangue. Quando você perde fluídos durante o exercício através do suor seu volume de sangue diminui e isso resulta num aumento da concentração de eletrólitos no seu sangue, o que estimula a sede. Beber apenas água em competições ou exercícios que duram menos de 1 hora não tem problema, mas quando se bebe apenas água, você satisfaz a sua sede antes de ter consumido fluídos suficientes para retornar o volume de sangue e a concentração de eletrólitos para níveis normais. Hidratação com apenas água para eventos de mais de 4 horas pode causar HIPONATREMIA, ou “intoxicação por água”. Isso é o resultado de uma diluição do sódio no sangue por causa do aumento do volume de sangue e a perda do sódio excessivo durante o suor. Estudos mostram que o nosso corpo absorve mais fluídos quando adicionamos eletrólitos tais como sódio na água. Em um estudo alguns voluntários beberam apenas água e outros beberam água com sódio após exercícios que causaram uma desidratação de 2-3% do peso do corpo. Os voluntários que beberam apenas água restabeleceram 68% dos fluídos que haviam perdido e os voluntários que beberam água e sódio restauraram 82% dos fluídos que haviam perdido. Porque essa diferença? Os voluntários que beberam apenas água satisfizeram a sede deles mais rápido por dois motivos: quando eles ingeriram água isso causou um crescimento no volume de sangue eliminando o elemento de sede relacionado ao volume de sangue. O outro motivo é que apenas água dilui sódio no sangue, resultando numa diminuição da concentração de sódio em apenas 15min. Neste caso, o corpo “fecha” a sede para manter uma concentração de sódio saudável não deixando a propagação da diluição de sódio. Já nos voluntários que beberam a solução de sódio e água a concentração de sódio se manteve alta no sangue desses voluntários. A adição de sódio na água ajudou a manter o fator de dependência do sal do mecanismo de sede, fazendo com que os voluntários continuassem bebendo. Isso levou a um restauração de fluidos do corpo completa. Então como você sabe que o seu sports drink (gatorade, aceelerade, marathon) é uma boa bebida de hidratação? Para um sports drink ser efetivo no combate a desidratação, ele tem que conter 75 miligramas de sódio para cada 250ml de líquido. Essa pequena quantidade de sódio no sports drink ajuda a manter o equilíbrio de fluídos e eletrólitos do corpo. Em resumo, recomendo que os atletas passem a ingerir mais sports drink para não terem maiores problemas, mesmo que o evento seja curto (menos de 1hr). Se o evento for curto, tente beber um sports drink 45 min antes da competição para ter garantia de que seu volume de sangue e níveis de eletrólitos (sais) esteja saudável para competição. Daqui pra frente o clima só esquenta e quem vacilar com hidratação vai pagar um preço bem caro na competição principal ou no pedal de fim de semana.
Por: Hugo Pradoneto

DICAS DE TREINAMENTO PARA CICLISTAS

Espero que alguma vez você tenha tido um treinador que marcou positivamente a sua vida. Essa pessoa pode ter sido seu técnico de basquete no primário ou seu técnico de futebol no ginásio, e a partir desse dia, quando você pensa nele você sorri. Talvez você não tenha percebido como a importância dessa pessoa, mas que alguma vez você tenha tido a chance de refletir e descobrir a grande influencia que ela teve na sua vida. Foi ela quem ajudou a modelar quem você é e provavelmente te ensinou muitas lições importantes. Esse técnico provavelmente teve também um treinador na sua vida atlética que deu a ele as ferramentas que o transformou num atleta de sucesso, do mesmo jeito que o seu treinador passa para você hoje!
A idéia geral é que um treinador é apenas uma pessoa que treina os atletas, ou organiza estratégias de jogo para um time em uma partida de um jogo. Essa definição é muito limitada. Um bom treinador deve ser melhor que isso. Deve ajudar seus atletas a melhorar seus desempenhos de maneira individualizada.
Bons técnicos devem comunicar freqüentemente com seus atletas, além disso, deve ser claro, possuírem competência e confiança. Devem ajudar as pessoas a olharem para dentro de si e a alcançar seus objetivos, que às vezes parecem impossíveis de serem concretizados sozinhos. Por isso o técnico deve ter a capacidade de lidar com a pessoa num nível mental e individual, procurando captar suas principais necessidades.. É injusto esperar que todos atletas respondam de uma maneira idêntica a um treino, e que um atleta responda do mesmo jeito todo o tempo. Só porque uma técnica funcionou uma vez não significa que ela sempre funcionará. Treinadores devem ser capazes de se adaptar para cada indivíduo e para cada situação.
Um provérbio chinês diz que um professor pode abrir uma porta, mas o aluno tem que passar por ela sozinho. Treinar envolve um princípio similar. O técnico dá as ferramentas para o atleta e este deve colocar a sabedoria em ação e tomar a decisão de se tornar um atleta melhor. Mas um técnico não dá a confiança que o atleta precisa. Esta é adquirida pelo atleta através de experiências vividas juntamente com o seu técnico. A media que o treino evolui, eles poderão olhar para frente e visualizar os próximos desafios com o conhecimento adquirido durante a jornada de treino. Esse conhecimento dá a eles a certeza que são capazes de conquistarem com sucesso os obstáculos.
Escute os professores da sua vida e tire vantagens das oportunidades de aprender. Com esse processo você vai desenvolver a capacidade de adquirir o conhecimento e as técnicas para melhorar seu desempenho e atingir seus objetivos.
ENVOLVENDO O TREINO FISCO COM O MENTAL
Na metade de dezembro quando decolei para do Colorado Springs e fui para Austin- Texas onde passei alguns dias com Lance Armstrong. Nesse período ele decidiu seu plano e objetivo para a temporada de corrida do ano seguinte. Os dias em que passo com Lance são muito valiosos, pois discutimos seus objetivos e suas estratégias. Esse é um processo mental que vai semear seus desejos e dedicação para seu treino e calendário e corrida de 1999.
Minha jornada como treinador do Lance fez com que eu percebesse a importância de todos os atletas profissionais se submeterem a um treinamento mental. Por passar uma parte da minha vida sendo ciclista, treinador e administrador eu já vi atletas se tornarem campeões olímpicos e outros com o mesmo talento nunca alcançarem seu potencial atlético. Por Quê? Eu acredito que este atleta nunca envolveu os vários aspectos mentais necessários para obter sucesso nos programas de treinamento físico.
Encorajar os atletas a perceberem a conquista de seus próprios sucessos não é sempre fácil. O processo mental deve ser integrado com os treinos que modelam seus corpos e as técnicas que melhoram suas habilidades que os guiam para a vitória. Isso é profundo, HOLISTIC APPROACH que não separa o mental dos fatores físicos do sucesso, mas preferencialmente mescla os dois no dia a dia do treino.
DESEJO
O sucesso começa com o desejo que o dirige para alcançar seus sonhos. Lance desejou a camisa amarela do Tour de France, mas antes dele começar a lutar por ela, ele usou sua habilidade presente para alcançar seus sonhos. Gosto que meus atletas perguntem a eles mesmos: “Com relação aonde quer chegar, aonde estou? Quando você responder isso, imagine o lado de fora da caixa. Imagine o resultado final, para seguir com determinação a rotina diária dos treinos.
‘’Fazer a análise’’ significa que você precisa examinar suas atividades de uma perspectiva diferente. Por exemplo; eu já tive atletas que me disseram algo assim “Há dois anos eu só fiz longos, SLOWMILES nessa época do ano eu estava voando, mas agora eu não consigo sair da frente do meu próprio caminho”. Ou algo parecido. Esses atletas não estão pedalando fraco simplesmente porque estão pedalando longo, SLOW MILES. Eles caíram na rotina fazendo a mesma coisa ano após ano. Eles acham que porque uma rotina de treinamento funcionou uma vez vai funcionar sempre, mas não é bem assim. Muitos fatores interferem no nosso desempenho físico e mental. Então o que os atletas devem fazer? Devem abolir esse jeito normal que estavam treinando antes. Precisam de novas perspectivas e analisar onde querem chegar. Quando chegar a essas conclusões uma nova visão de treino vai aparecer. Atletas têm que perceber que os novos fatores devem ser considerados à medida que se evolui no treinamento, e também devem estar sempre abertos para novas formas de treino, se esperam continuar fazendo sucesso.
FAÇA AS SUAS PRÓPRIAS REGRAS
O desempenho nos esportes de resistência não é uma ciência. Não existe um livro de receitas para alcançar o sucesso. Não pense que se você seguir passos “a”, “b” e “c”, você se tornará um campeão mundial. Infelizmente não existe esse tipo e sorte. Somos individuais e somos regidos por diferentes regras que modelam nossos corpos e nos motiva. Não há apenas um único caminho para fazer uma coisa. Ë você que faz seu caminho, escolhendo o que você acha certo e excluindo o que você acha errado. No início de 1998 parecia que Lance ia limitar sua participação nas corridas, e em provas que duravam muitos dias ou semanas. Naquela época parecia ter alguma razão física que explicava a falta de sucesso nas corridas. Ele trabalhou com seu time de conselheiros, incluindo o gerente do time U.S Postal Service, Jim Ochowicz, e eu para desenvolver uma nova estratégia de corrida.
Nós mudamos as regras de como o Lance ia “jogar”. Durante Março e Abril, Lance competiu um pouco menos de 12 corridas. Esse não era THE TRIED-AND-TRUE APPROACH, mas na sua primeira corrida na Europa ele venceu. Lance fez suas próprias regras e correu com mais sucesso que jamais tinha corrido. Antes de você correr atrás do seu desejo, você deve saber exatamente o que eles são e onde você está em relação a eles. Você também deve ter coragem de fazer suas próprias regras e não se deixar ser governado por limitações pré-estabelecidas por você mesmo.


Por Chris Carmichael – técnico de Lance ArmstrongParte 1 TREINANDOIntrodução para o treinamento